domingo, 15 de junho de 2008

6. Elaboração de uma ficha de leitura:

sherlock holmes(1). O que é uma ficha de leitura?
Entre todos os tipos de fichas, as mais correntes e, no fim de contas, as mais indispensáveis, são as fichas de leitura: ou seja, aquelas em que se anotam com precisão todas as referências bibliográficas relativas a um livro ou a um artigo, se escreve o seu resumo, se transcrevem algumas citações – chave, se elabora uma apreciação e se acrescenta uma série de observações (Eco. U., Como Se Faz Uma Tese Em Ciências Humanas (1984), Editorial Presença, p. 137).
. As fichas de leitura são, de facto, imprescindíveis para o trabalho de todo e qualquer investigador. Num trabalho de investigação há um “aglomerar” de informações, oriundas de fontes diversificadas e distintas, que “obrigam” a uma organização sistematizada de uma série de dados que, de outra forma, acabarão “dispersos” comprometendo todo o processo investigativo. Existem vários tipos de fichas (de leitura de livros ou artigos, temáticas, de autor, de citações, de trabalho) e, num dado trabalho, recorreremos àquelas que se revelem mais eficazes face aos nossos objectivos (natureza do trabalho investigativo) e, claro está, que se adeqúem à nossa própria forma de organização “pessoal”.
No fundo, o que importa é que, à medida que a nossa bibliografia vá aumentando, o nosso “ficheiro” se torne, cada vez mais, “completo” e “unificado” – em suma, organizado!
. De acordo com as informações recolhidas junto da obra, aqui referenciada, de Umberto Eco devemos contemplar na elaboração das fichas de leitura os seguintes aspectos:
Algumas Considerações Gerais
. Deverão ter o tamanho de uma folha de caderno na horizontal ou de meia folha de papel de máquina;
. Deverão ser, preferencialmente, de cartão de forma a poderem ser consultadas no ficheiro ou reunidas em maços ligados por um elástico;
. Deverão permitir a utilização de esferográficas ou canetas de tinta permanente, sem borrar, possibilitando à caneta e / ou esferográfica “deslizar” com facilidade;
Protótipo “Standard” da Ficha de Leitura

. Dado que as fichas de leitura servem para a literatura crítica convém que estas obedeçam aos seguintes pontos:
. Indicações bibliográficas precisas tais como, por exemplo, o número de páginas, edições, dados sobre o organizador da edição, etc. …
. Informações sobre o autor, quando este não seja uma figura muito conhecida;
. Breve (ou longo) resumo do livro ou do artigo;
. Citações extensas, entre aspas, dos trechos que se considera dever citar (ou mesmo de alguns mais), com indicação precisa da, ou das, páginas;
. Comentários pessoais, no final, no início e a meio do resumo; de forma a que estes, posteriormente, não venham a ser confundidos com a obra do autor, é aconselhável a sua colocação entre parênteses rectos a cores;
. Colocar no início da ficha uma sigla ou uma cor que a remeta à parte respectiva do plano de trabalho; caso esta se refira a várias partes, devem – se colocar várias siglas;
. Nota: estas são, apenas, algumas linhas orientadoras para a “construção” de uma ficha de leitura. Existem várias possibilidades para a sua elaboração, partindo – se deste ponto de “referência”, e competirá a cada investigador a criação da sua própria ficha.
sherlock holmes (2). A minha ficha de leitura:
. (1):
1. Artigo / Fonte: Reflexões sobre a subjectividade na gestão a partir do paradigma da organização que aprende.
2. Autor: Francisco Javier Uribe Rivera.
3. Nota (s) sobre o autor: Pesquisador no Departamento de Administração e Planejamento de Saúde, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (Brasil).
4. Tema (s) tratado (s): Conexões entre subjectividade e gestão organizacional partindo da abordagem, sucinta, do paradigma da organização que aprende (Peter Senge).
O artigo orienta – se pela explicitação do conceito de aprendizagem organizacional, como processo que articula a aprendizagem individual e social, através da comunicação, e o conceito de liderança, visto como capacidade social de moldar o futuro que depende da disseminação de qualidades e atitudes que dependem de características de natureza individual ou subjectiva.
5. Palavras – chave: Gestão e aprendizagem organizacional; Subjectividade e gestão; Liderança organizacional.
6. Data da Leitura: 04 de Julho de 2008.
. (2):
1. Introdução: A selecção deste artigo recaiu no facto de os temas aqui abordados se aproximarem bastante do trabalho de investigação que gostaria, na prática, de realizar.
Dediquei algum tempo à pesquisa (Internet) de artigos que deixassem transparecer de forma clara, precisa os meus objectivos relativamente a esse estudo a desenvolver, no âmbito da dissertação, mas não foi tarefa “fácil”. Quero, portanto, ressalvar que o presente artigo se enquadra nos meus “ideais”, mas não representa, na sua essência, o trabalho que posteriormente procurarei realizar. Apesar de tudo, as temáticas aqui tratadas são, todas elas, de importância vital para a consecução desse (futuro) trabalho de campo.
2. Síntese: O artigo dá – nos a conhecer a importância do paradigma da organização que aprende (learning organization), abordando a influência da interacção comunicativa entre os diferentes actores dessa comunidade, nomeadamente em termos de liderança (tipos de liderança) tendo em vista a criação de meios potenciadores da criação de uma cultura de mudança.
A aprendizagem é perspectivada, neste contexto, como sendo resultado de um processo individual de aquisição de conhecimentos e habilidades dependentes da socialização e de processos de acoplamento com o meio (Piaget e Maturana).
O conceito de subjectividade aparece, então, “fortemente” associado (agregado) ao conceito de intersubjectividade. Na verdade, podemos considerar a liderança como resultante da fusão entre uma capacidade individual e uma capacidade social. Esta pode, portanto, ser entendida tanto como resultado quanto como possibilidade da aprendizagem organizacional.
3. Considerações finais: O artigo faz, ainda, referência às correntes implícitas no conceito de learning organization, chamando a atenção para a importância do questionamento sistémico no seio da organização; o envolvimento “comprometido” por parte de todos os seus actores; a importância da “cultura” organizacional como mentora da aprendizagem; o cultivo do “pensamento estratégico” (visão do “futuro”) partindo da reflexão sobre o percurso da organização …
. (3):
1. Autores referenciados: Senge; Habermas; Matus; Mitroff; Jung; Maturana; Kim; Geus; Forrester; Piaget; Boyett; Argyris; Schon; Schein; Starkey; Mintzberg; Motta; Bennis;
2. Articulações com:
2.1: Outros autores: Fullan, Michael; Hargreaves, Andy; Goleman, Daniel.
2.2: Outros assuntos: O ensino na Sociedade do Conhecimento (o “novo” papel dos formadores; culturas colaborativas; a aprendizagem ao longo da vida; …).
. (4):

. Nota (s): A liderança para Senge não seria um factor individual. Ou apenas individual. Na sua visão ecológica de liderança, esta corresponde a uma capacidade colectiva para moldar as mudanças. Na organização haveria vários líderes, em vários níveis, não necessariamente executivos. Destacam – se dentre eles os “que portam a semente”, isto é, aqueles que têm a capacidade de estabelecer redes mais ou menos informais de comunicação, de impulsionar a todos os níveis, em relações de transversalidade, a possibilidade da transferência de habilidades e de conhecimentos. Esses líderes retirariam seu potencial da capacidade de estabelecer interconexões entre inovadores – eis o cerne da problemática que gostaria de ver analisada, no meu (futuro) trabalho investigativo, partindo do “estudo” de um contexto especifico.
sherlock holmes(3). Bibliografia:
. Eco. U., Como Se Faz Uma Tese Em Ciências Humanas (1984), Editorial Presença.
. Fullan., M., Liderar numa cultura de mudança (2003), Edições ASA.
. Lima., J., As Culturas Colaborativas nas Escolas – estruturas, processos e conteúdos (2002), Porto Editora.
. Fullan., M., Hargreaves., A., Por que é que vale a pena lutar? – O trabalho de equipa na escola (2001), Porto Editora.
. Fink., D., Hargreaves., A., Liderança Sustentável (2007), Porto Editora.
. Hargreaves., A., O Ensino na Sociedade do Conhecimento – A educação na era da insegurança (2003), Porto Editora.
(3.1). Sitografia:

5. Questões éticas na investigação educacional:

a vida é por si mesma ética
(Ortega y Gasset)

a reflexão moral terá de se assumir como a instância complexa donde tudo parte e aonde tudo desagua em catadupa, cujo eco recorda a cada indivíduo a sua “solitária” e “solidária” condição no mundo dos seres. Todavia, a dinâmica da reflexão moral conduz o ser humano não apenas ao reconhecimento de ter de justificar ante si mesmo as razões do seu agir, mas igualmente à necessidade de se confrontar com a realidade intersubjectiva em que está situado e, por consequência, incita – o a auto – exigir – se opções que se traduzam num comprometimento entre a sua liberdade e o contexto ideológico sócio – cultural, susceptível de exprimir uma validade intersubjectiva daqueles princípios normativos que fundamentam tais decisões valorativas(Araújo. L., A Ética Como Pensar Fundamental – Elementos para uma problemática da moralidade (1992), Imprensa Nacional – Casa da Moeda, S.A, p. 174).
sherlock holmes (1). Para reflectir:
. É inquestionável que o investigador em Educação tem de ter presente as questões éticas no seu trabalho, quer seja a montante quando está a planear a investigação, quer seja na fase de recolha de dados, quer, ainda, no final quando apresenta publicamente o relatório da sua investigação(Professoras Alda Pereira e Luísa Aires, Universidade Aberta).
. Várias questões se colocam quando falamos de ética em investigação (âmbito geral). Aqui vos deixo alguns excertos de um texto a título de “introdução” ao tema:
. A atitude crítica é aquela pela qual se procura olhar a realidade com clareza, profundidade e abrangência. Ver claro, para evitar os elementos que prejudicam nosso olhar, para evitar as armadilhas instaladas em nós e em torno de nós. Ver fundo, para além da superfície e das aparências. A atitude crítica é uma atitude radical, pois busca os fundamentos do que se investiga. Ver largo, na totalidade, implica abordar o objecto no seu contexto, com os elementos que o determinam e os diversos ângulos sob os quais se apresenta.
. A ética entra no espaço da ciência quando o cientista pergunta pelo sentido de sua investigação. A indagação ética, gesto filosófico, é uma busca de compreensão. Ela se vale, sim, da explicação que a ciência oferece para os fenómenos, mas procura ir adiante, problematizando os valores envolvidos nas descobertas, criações, investigações e intervenções da ciência na realidade.
. Quando se traz a ética para a pesquisa, olha-se criticamente e pergunta-se sobre a sua finalidade e a serviço de quem ela se realiza. Qual é o sentido da pesquisa que se faz? Ela é produtora do bem?.
. Numa casa de educação como a Universidade, a pesquisa deve ser entendida como uma prática pedagógica (para além da didáctica), a serviço de uma prática construtora, que partilhe a cultura, de forma que todos possam apropriar-se dela e dela se beneficiar. É necessário perguntar, continuamente, se a pesquisa que estamos fazendo amplia a qualidade do conhecimento e da vida das pessoas nela envolvidas.
. Humanas, exactas, sociais, são assim as ciências. E não são, por natureza, boas ou más. Boa ou má, correcta ou inadequada é a atitude do cientista, a forma como ele empreende seu trabalho, não apenas do ponto de vista epistemológico, técnico, mas do ponto de vista ético - político. Será má a investigação que beneficia apenas o pesquisador, uma classe ou um grupo. E será boa aquela que faz crescer a vida de todos, que efectivamente contribui para uma sociedade melhor, da qual temos necessidade
. “ (…) há que atender a que no próprio âmbito do conhecimento chamado científico não há objectividades absolutas.
. A ética surge – nos inexoravelmente com um perfil interrogante face ao Futuro, na medida em que se descobre no âmbito da Vida, que é o lugar onde, como escreveu o Poeta,
todo se mueve, fluye, discurre, corre o gira,
cambian la mar y el monte y el ojo que los mira
(Araújo. L., A Ética Como Pensar Fundamental – Elementos para uma problemática da moralidade (1992), Imprensa Nacional – Casa da Moeda, S.A, p. 176).
sherlock holmes (2). Princípios éticos em investigação educacional:
. De acordo com a informação recolhida no texto sobre ETHICAL STANDARDS OF THE AMERICAN EDUCATIONAL RESEARCH ASSOCIATION podemos dizer que:
. Sendo a educação, pela sua própria natureza, orientada para o melhoramento / o aperfeiçoamento da vida dos indivíduos e das sociedades a investigação em educação deve procurar “proteger” a população escolar de qualquer tipo de “dano”. Devemos ter, sempre, em atenção que este tipo de investigação é geralmente direccionado para um grupo específico (as crianças) e outras populações vulneráveis (os professores e restantes actores educativos);
. Os investigadores em educação devem procurar manter a integridade de todo o processo investigativo, da comunidade de pesquisa e de todos aqueles com os quais mantenham relações profissionais;
. A avaliação continua de todo o processo de pesquisa possibilitará a preservação dos aspectos éticos e, ainda, a adequação científica destes princípios no quadro dos seus padrões “mais elevados”;
. Os investigadores na área da educação devem respeitar os seguintes itens – de forma a “cumprirem” as normas que lhe são exigidas pela comunidade científica:
Âmbito Geral
. Devem estar bem informados sobre os paradigmas por eles utilizados procurando seleccionar aqueles que se revelem importantes para a sua pesquisa;
. Devem avaliar, de forma continuada, os critérios de adequação que subjazem à pesquisa realizada.
Âmbito Específico
1. Devem conduzir as suas vidas profissionais de forma a não colocarem em risco a pesquisa (futura), os aspectos públicos que são inerentes à mesma e os resultados obtidos;
2. Não devem (podem) fabricar, falsificar ou destorcer os dados que publicam respeitando os direitos de autor, as provas (factuais), os dados, as “descobertas” e as conclusões;
3. Não devem utilizar os seus papeis profissionais para, de forma consciente e / ou inconsciente, obterem resultados fraudulentos;
4. Devem disponibilizar, totalmente e com honestidade, as suas qualificações assim como reconhecer as suas limitações quando fornecem opiniões profissionais ao publico, às agências governamentais ou a outros;
5. Devem procurar dar a conhecer / relatar as suas descobertas a todos aqueles (pessoas / instituições) para os quais estas se revelem importantes e devem evitar o mantimento de “segredo” ou a “comunicação selectiva” sobre as suas descobertas;
6. Devem dar a conhecer as suas concepções de pesquisa, os seus procedimentos, os resultados obtidos, assim como as análises detalhadas de forma a propiciarem aos outros investigadores (com experiência neste campo de estudo) a compreensão dos dados divulgados para uma interpretação “correcta” dos mesmos;
7. Os relatos dos investigadores educacionais ao público devem ser escritos de forma “explícita”, comunicando os significados práticos das suas deliberações / decisões incluindo os limites em termos de “eficiência” e na generalização de situações, problemas e contextos.
Ao fazermos um relato (escrito) dirigido a um público que não faça parte da comunidade de investigadores, devemos ter cuidado na forma como apresentamos / expomos as implicações práticas e / ou deliberações que tomamos no nosso trabalho de pesquisa;
8. Quando os investigadores educacionais participam em acções que envolvam a contratação de pessoas, por exemplo, não devem discriminar tendo como base o género, a orientação sexual, as deficiências físicas, o estado marital, a cor, a classe social, a religião, o background étnico, a nacionalidade ou outros atributos que não sejam relevantes para a avaliação das competências de pesquisa académica;
9. Os investigadores educacionais têm a responsabilidade de efectuar recomendações pessoais de forma directa, clara, precisa evitando todas aquelas que se revelem “evasivas”;
10. Os investigadores educacionais devem recusar pedidos que envolvam a revisão de trabalhos, de outros investigadores, sempre que existam conflitos de interesse ou quando o pedido não pode ser “realizado” atempadamente.
Os materiais enviados para revisão devem ser lidos na íntegra e devem ser tidos em consideração, de forma cuidada, incluindo – se comentários avaliativos com a respectiva explicação “fundamentada” das razões apresentadas;
11. Os investigadores educacionais devem evitar todo o tipo de “assédio” não se confinando, meramente, a todos aqueles cujas acções e / ou ameaças possam ser passíveis de acções legais. Por seu turno, não devem recorrer à sua posição / estatuto social para coagir pessoas ou obter favores sexuais, económicos, profissionais ou “vantagens” sobre (os seus) alunos, assistentes da pesquisa, pessoal “auxiliar” (membros da “equipa” de investigação), colegas ou outros;
12. Os investigadores educacionais não devem ser penalizados por darem a conhecer as situações acima descritas (ponto 11).
sherlock holmes (3). Informações adicionais:
. Tendo por base o texto de referência, citado no ponto anterior, importa dar a conhecer os seguintes aspectos inerentes à investigação educacional:
. É de extrema importância que os investigadores educacionais respeitem os direitos, a privacidade, a dignidade e a sensibilidade das populações – alvo das suas investigações, assim como a própria integridade das instituições nas quais a pesquisa é conduzida;
. Os investigadores educacionais devem ser especialmente cautelosos no seu trabalho com as crianças e com outras populações vulneráveis;
. Os padrões éticos que são “estipulados” pela Associação Americana de Investigação Educacional (“ ETHICAL STANDARDS OF THE AMERICAN EDUCATIONAL RESEARCH ASSOCIATION”) pretendem reforçar e dar força à própria “consistência” desses padrões, tendo como objectivo a protecção dos direitos dos assuntos humanos e não devem ser interpretados como uma forma de proibição da pesquisa a nível de professores, da investigação – acção e / ou outras formas de prática de inquéritos desde que:
. Os dados apresentados sejam aqueles que derivam dos processos de ensino – aprendizagem “normais”;
. A confidencialidade seja mantida;
. A segurança e o bem – estar de todos os participantes seja protegido;
. O consentimento para as informações (divulgadas) tenha sido concedido e seja apropriado (ao objecto da investigação);
. O uso da informação seja obtido para o benefício daqueles que recebem as instruções num contexto / cenário específico (“local” onde a investigação decorre);
. A honestidade deve caracterizar o relacionamento entre os investigadores e os participantes, assim como os representantes das instituições envolvidas;
. A “dissimulação” não pode ser, de forma alguma, encorajada – esta só poderá ser utilizada quando se revelar estritamente necessária para os estudos científicos e, nessa altura, deve ser minimizada.
Caso esta venha a ser utilizada o investigador deve, após o seu estudo, explicar aos participantes e aos representantes das instituições envolvidas a razão para o recurso à “dissimulação”.
. Nota:
. Bogdan e Biklen afirmam que Ainda que alguns autores defendam o uso da investigação dissimulada, verifica – se consenso relativo a que na maioria das circunstâncias os sujeitos devem ser informados sobre os objectivos da investigação e o seu consentimento obtido. Os investigadores não devem mentir aos sujeitos nem registar conversas ou imagens com gravadores escondidos (Bogdan. R., Biklen. S., Investigação Qualitativa em Educação – Uma Introdução à Teoria e aos Métodos (1994), Porto Editora, p. 77).
. Convém referir que os participantes têm o direito de abandonar o estudo / a investigação em qualquer altura a não ser que se encontrem “presos” ao exercício de determinadas funções que os impeçam desse abandono;
. Os investigadores têm a responsabilidade de respeitar as diferenças culturais, religiosas, de género e outras diferenças que se revelem significantes no seio da população – alvo (da investigação) aquando da elaboração do seu plano investigativo, a sua conduta (ao longo da investigação) e a divulgação dos resultados da sua pesquisa;
. Os informadores e participantes têm o direito ao anonimato – este direito deve ser respeitado sendo os investigadores responsáveis pela tomada de precauções no sentido de garantir a confidencialidade quer dos participantes, quer dos dados;
. Todos os participantes devem ser informados sobre os diferentes tipos de técnicas de recolha de dados a serem utilizados na investigação para que possam tomar uma decisão “fundamentada” (consciente) sobre a sua participação;
. Deve – se, contudo, dar a conhecer aos participantes que apesar de todas as tentativas que possam ser feitas no sentido de preservar o seu anonimato este poderá, eventualmente, ser “posto em causa”.
sherlock holmes (4). Recursos da unidade curricular:
4.1. Bibliografia:
. Araújo. L., A Ética Como Pensar Fundamental – Elementos para uma problemática da moralidade (1992), Imprensa Nacional – Casa da Moeda, S.A).
4.2. Sitografia: