sábado, 31 de maio de 2008

(1). Paradigmas e métodos de investigação em educação:

sherlock holmes 1. O que é um paradigma?
. A noção deste conceito descreve as convicções na maioria das vezes implícitas com base nas quais os investigadores elaboram as suas hipóteses, as suas teorias e mais geralmente definem os seus métodos (…) (Dicionário Temático Larousse – Sociologia (2002), Círculo de Leitores, p. 158).
. Podemos atribuir a “criação” do conceito ao físico americano, Thomas Samuel Kuhn, o qual define paradigma como sendo o resultado de uma série de suposições, métodos e problemas típicos que determinam, para uma dada comunidade científica, as questões mais importantes a considerar num “estudo” (investigação) procurando – se, desta forma, obter as respostas mais adequadas a essas questões.
. Os seus estudos revelaram que os paradigmas são “persistentes” e que o aparecimento de um “novo” paradigma “anula” o anterior.
. As comunidades científicas adoptam um dado paradigma enquanto este se mostrar “eficiente”, mas quando confrontadas com o surgimento de um novo paradigma (fruto dos trabalhos de “novas” pesquisa e descobertas) “quebram” o seu elo de ligação ao paradigma anterior – a “ruptura” é inevitável!
sherlock holmes2. Breve panorâmica sobre os diferentes paradigmas e métodos de investigação em educação:

“As positividades não caracterizam formas de conhecimento”

Foucault

Os diversos modelos de investigação podem dividir-se, de um modo geral, em investigação qualitativa, quantitativa e mista.

O primeiro paradigma baseia-se na recolha de dados qualitativos, ou seja, dados ricos em pormenores descritivos que podem ser relativos a locais, pessoas e conversas, sendo os seus resultados apresentados sob a forma de um relatório narrativo contendo descrições contextuais.

O segundo paradigma baseia – se na recolha de dados quantitativos recorrendo, por exemplo, à utilização de questionários de resposta fechada, sendo as suas conclusões normalmente apresentadas sob a forma de relatórios estatísticos.

Quanto à investigação mista, esta envolve, em simultâneo, os paradigmas qualitativo e quantitativo, sendo influenciada em maior ou menor grau por cada um deles.

As primeiras tentativas no âmbito da investigação em educação realizaram-se sob o signo do positivismo e do paradigma quantitativo, uma vez que se procurava uma explicação causal para os fenómenos. Porém, este modelo acabou por se revelar insuficiente e a tendência actual é para a conciliação dos métodos quantitativos e qualitativos procurando – se, mais do que explicar, compreender os fenómenos educativos em toda a sua complexa dimensão.

Sabendo que a investigação pressupõe um questionamento sistémico, planeado e crítico e um aguçado espírito de curiosidade e vontade de compreender algo, a metodologia a adoptar na investigação depende da natureza das questões – problema formuladas, assim como do próprio “produto final” que se procura obter.

Apesar dos avanços que a investigação em educação tem conhecido nas últimas décadas podemos, talvez, afirmar que ainda não se conseguiu atingir a maturidade desejável. Na verdade, um processo de investigação encontra – se, sempre, perspectivado num crescente cuntinuum pelo que essa maturidade será, em última instância, a alquimia por descobrir...

Numa época de mudança constante e meteórica professores e investigadores devem trabalhar em conjunto para que a prática pedagógica seja cada vez mais eficaz e eficiente. É necessário ter um conhecimento aprofundado sobre as diversas etapas de um processo de investigação e, sobretudo, conhecer os vários paradigmas que lhe subjazem, as suas respectivas potencialidades e limitações.

Não há receitas previamente definidas, pois tudo depende do campo definido e da problemática que se pretende desenvolver. Todos os métodos são úteis, desde que o investigador os saiba explorar e adaptar. O ideal é que se trabalhe em equipas, o mais interdisciplinarmente possível, pois o fenómeno educativo afigura – se uma realidade deveras complexa. Também se deve ter a consciência de que não há pior subjectividade do que procurar ser objectivo, sobretudo quando se analisam comportamentos humanos.

(Texto adaptado de um trabalho desenvolvido em grupo, no âmbito da presente unidade curricular. Elementos do grupo: Carla Alves, Bruno Miranda, Odília Leal, Teotónio Cavaco e Henriqueta Costa).

sherlock holmes 3. Recursos da unidade curricular:

. http://www.fisterra.com/mbe/investiga/cuanti_cuali/cuanti_cuali.asp

. http://www.southalabama.edu/coe/bset/johnson/dr_johnson/2lectures.htm

. http://www.socialresearchmethods.net/kb/contents.php

3. 1. Bibliografia:

. Carmo. H., Ferreira, Manuela (1998). Metodologia da Investigação – Guia Para a Auto – Aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta.

. Bodgan. R., Biklen. S.(1994). Investigação Qualitativa em Educação – Uma Introdução À Teoria E Aos Métodos. Porto: Porto Editora.

. Landshere, G. de (1986). A Investigação Experimental em Pedagogia. Lisboa: Publicações D. Quixote.

. Woods, Peter (1999). Investigar a Arte de Ensinar. Porto: Porto Editora.

. Dicionário Temático Larousse – Sociologia (2002), Círculo de Leitores.

3. 2. Sitografia:

. http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Kuhn

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